Pedro & Rory: a magia de um casamento entre culturas
Falar de casamento é falarmos do amor que une um casal e, por isso, nada como demonstrá-lo junto de quem tanto gostamos e nos acompanha em todas as etapas da nossa vida. Como tal, apresento-vos o Pedro e o seu marido Rory Weavers que deram o nó recentemente numa celebração acolhedora ao ar livre em pleno Reino Unido, um casamento homoafetivo que juntou duas culturas diferentes num ambiente de partir corações.
Pedro é um rapaz de nacionalidade portuguesa que se lançou à aventura por este mundo fora em busca do que mais lhe preenche a alma. O desporto. Licenciado em Desporto pela faculdade de letras de Leiria, abraçou o mundo e as oportunidades que lhe apareceram e, numa dessas aventuras pelo Reino Unido, encontrou a sua cara metade.
Sim, o Rory Weavers com quem casou entretanto e, desculpem lá a sinceridade, fazem um casal lindo, atlético e de por inveja a qualquer um.
Tendo em conta que conhecia um pouco o Pedro da altura da faculdade, achei interessante fazer-lhe uma pequena entrevista sobre o seu casamento. Se tinha sido fácil organizar um casamento num país diferente de Portugal, se houve alguma dificuldade com questões democráticas, enfim… Fica por aqui que vais já já descobrir tudo!
O CASAMENTO
Sendo um casamento homoafetivo, confesso que tinha imensa curiosidade em saber algumas questões, visto que nunca presenciei um casamento deste tipo mas adorava poder presenciar e testemunhar o amor assim. Como tal, seguem todas as perguntas e respostas do Pedro.
Sempre sonhaste casar?
No meu caso, o tópico casamento sempre foi diferente. Antes de “sair do armário” eu tive relações heterossexuais, essas relações foram sempre felizes e bem próximas, mas nunca houve uma sensação de 100% entrega e pensamentos do género ‘será isto para o resto da minha vida’, havia sempre uma dúvida dentro da cabeça.
Como conheces-te a tua cara metade?
Eu saí do armário aos 20 anos, para o meu círculo de família e amigos aos 21. Nessa altura estava numa relação estável, mas por circunstâncias profissionais não resultou. Quando me mudei para o Reino Unido em 2015, conheci o meu atual marido nas redes sociais. Tudo fez sentido, tudo aconteceu rápido. Passados 6 meses estávamos a viver juntos, passado 1 ano eu pedi-o em casamento quando fomos de viagem de passagem de ano (2016/2017) para a Estónia.
Como foi organizar o vosso casamento?
Decidimos deixar dois anos de preparação e só casar em 2019, só por questões monetários – como sabes organizar um casamento não é barato, e nós queríamos total independência e pagar a festa do nosso bolso.
Não casaram em Portugal, como é casar lá fora?
Decidimos casar no Reino Unido e não em Portugal apenas porque nós os dois somos bastante focados nos pequenos detalhes e seria difícil organizar um casamento à distância. Portanto, casámos numa localidade perto de Bristol, onde moramos no Reino Unido. É um espaço ao ar livre, numa parte mais remota da cidade, onde passa o rio e os campos são verdes. Sente-se a pureza da natureza.
O edifício principal onde se realizou o casamento tinha uma nora antiga, o que faz com que o espaço seja bem mais íntimo e confortável.
Tiveram muitos ‘stresses’ com as papeladas para o casamento?
Como tivemos dois anos em que a única coisa que pensávamos era o nosso casamento, podemos dizer que não tivemos nenhum stress na organização. Nós criámos um dossier de ideias em que tirávamos notas quando pensávamos no que queríamos fazer e assim foi.
Como foi a sensação de dizer o sim? No vosso caso, sendo um casal homoafetivo, algum de vocês ficou no altar à espera do outro? Como foi a entrada?
A cerimónia cívil foi perfeita!! Nós decidimos quebrar as regras tradicionais, na verdade não seria um casamento tradicional… Como tal, dormimos juntos na noite anterior ao casamento, preparámos-nos juntos na manhã do grande dia e descemos ao altar juntos para a cerimónia.
Qual o momento do grande dia que mais te marcou? Mudavas alguma coisa?
O nosso dia foi perfeito, tudo aconteceu como planeado, não houve acidentes ou nada que desse errado. Portanto, é difícil escolher a parte preferida do dia, mas ter todos os nossos amigos e família juntos, e ver que todos estavam felizes com um sorriso no rosto e lágrimas no canto do olho, fez-nos sentir amados e mais realizados que nunca.
A língua portuguesa e inglesa não foram barreira para ninguém, mesmo não podendo comunicar todos uns com os outros, os convidados divertiram-se bastante. Dançaram juntos e a linguagem internacional do amor fez o dia acontecer.